Mons.Nelson Soares
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Um leilão gaúcho
Os sinos da Sé II
Os sinos da Sé
O site da Catedral
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Michelangelo
A Temida Realidade
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
O Padre Diocesano
Reporto-me ao dia do padre, recém celebrado e lembro-me das memórias do meu passado: “A História é a mestra da vida”.
Eis a reflexão sobre o padre diocesano. Ele não teve fundador. Nasceu com a Igreja. Os fundadores determinam específicas espiritualidades. Dom Gregório Varmeling que foi bispo de Nova Friburgo assim falou: “Nós não vivemos da espiritualidade monacal” e depois acrescentou: “o padre diocesano no momento da imposição das mãos e da Oração Consagratória, passa por uma transformação quase ontológica no sentido de projetar o Cristo no mundo e no tempo. Ele assume a missão de salvar a humanidade em todos os momentos, alegres e difíceis, daí repetir São Paulo aos Filipenses: “Mihi vivere Christus” (1,21)
Ao incardinar-se na Igreja Diocesana, tornou-se co-responsável na diocese que o acolheu. O ritual é claro: “uma porção do povo de Deus confiada ao Bispo e ao seu Presbitério”.
Para o Religioso, o celibato é ato supremo de renuncia pessoal. Para o padre diocesano é o sinal mais completo do dom total de si mesmo em favor do povo de Deus. A regra ou lei diocesana é a da caridade apostólica, isto é, o serviço paroquial. Nenhuma ascese a poderá substituir. O padre diocesano é lançado no mundo para fecundá-lo, e fermentá-lo. Reporto-me agora ao inesquecível Dom Mário, quando falava sobre a massa, a massa levedada, sobre o fermento no laicato e na Ação Católica...
Voltando ao início, é preciso frisar que o vínculo diocesano é muito sério. O termo jurídico chama-se incardinação. Nem o bispo tem esse vínculo, pois está a disposição da Santa Sé. Dom Santino Coutinho fora nomeado bispo de São Luís – Maranhão. Antes da posse, transferido fora para bispo do Pará e logo depois nomeado Arcebispo de Belém. Foi o segundo Arcebispo.
Para divagar, cito Bethoven na Missa Solene que parece ter duvidado da missão salvífica do sacerdote. Em seu estro musical repetiu muitas vezes a palavra latina “caro – carne” até terminar decididamente no “factum est” ou “fez-se carne” reportando-se o Cristo Sumo e Eterno Sacerdote.
O padre terá que fazer o que Cristo fez “exinanivit semetipsum” ou “esvaziar-se de si mesmo”.
É preciso restituir-se ao padre diocesano o sentido de sua plenitude ontológica. Acrescento o norte ao epílogo: profunda vida interior a manifestar-se no comportamento sacerdotal, na liturgia, nas pregações com base escriturística e na música. Eu nunca ensaiei um número sem antes o ter executado ao órgão dezenas de vezes para sentir a frase musical do compositor. Nunca me impressionaram as palmas dos ouvintes e sim quando os via lacrimejar. A música reforça o “verbum Dei”.
Agora, o final lembrete. A mística diocesana deverá ser o roteiro certo no caminhar diário.

